NÃO PASSARÃO. NEM NO MUNDO VIRTUAL.

por Élida Aquino

Cartaz da campanha Fonte: Campanha "Racismo Virtual. As consequências são reais." | Criola
     O Coletivo Meninas Black Power tem o prazer de unir sua voz à campanha "Racismo virtual. As consequências são reais." É uma iniciativa da ONG Criola, importante referência nas lutas pelos direitos das mulheres negras para nós, e a W3haus. Bem, racismo por aqui não é novidade. Racismo na internet, especialmente nas redes sociais, também não. Os números se mostram cada vez maiores e nem famosos escapam. Maju, Aranha, Taís, Michel, Tinga e nós: todo mundo no mesmo lugar. 



     Derrubamos o mito de que a questão é socioeconômica e "incolor". Não. É diário, como bem disse Taís Araújo aqui. Acontece por nossas cores (racistas não poupam você que se diz "morenx clarx" ou "marrom bombom"), a matriz de onde surgimos e, arrisco dizer, nossa postura incapaz de aceitar o abuso e permitir que o direito de circular livre por qualquer espaço e como qualquer pessoa seja oprimido por quem se considera superior. Foi o que levamos até o Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas na última Segunda-feira, local onde o lançamento da campanha liderada pelas mulheres de Criola aconteceu. Contamos o que já vimos do racismo dentro da rede e o que fazemos para (des)educar por aí. Vejam nesta matéria e aqui também.
      Sobre a campanha: o objetivo é impactar a população  e promover conscientização sobre os efeitos    da injúria racial e racismo na web. Além de estampar outdoors com comentários racistas que atacaram personalidades como Maju Coutinho e Taís Araújo, por exemplo. Os números que mostramos acima apoiam a campanha e revelam a articulação racista na internet, deixando bem visível o quanto tudo isso é real. Ainda esperamos por maiores desdobramentos.


      Por fim, vamos falar das nossas experiências. Na Segunda, pouco depois de darmos entrevistas como as que estarão mais adiante, recebemos na página comentários e mensagens ofensivas. Certamente foi resultado da exposição do nome Meninas Black Power e aparentemente são jovens articulados num grupo. Um deles, ironicamente, depois de mandar a mensagem, se arrepende e diz que "é zoeira, viu?". A comodidade em exercer a prática racista e a certeza de que a punição não virá são óbvias. Vejam:




     Aproveito para lembrar aos órgãos competentes: não adianta simplesmente localizar agressores. Façam acontecer. Nada mudará enquanto praticar atos racistas, ao vivo ou atrás de telas, servir apenas para pauta em telejornais ou números de pesquisa. 

This entry was posted on 11/11/2015 and is filed under ,,,,,,,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

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