por Karina Vieira
Circularidade. Os
nossos cabelos black power são redondos não é a toa. A
nossa ancestralidade é circular. Os
nossos cabelos nos mostram e assim percebemos e sentimos quem de
fato somos.
Tayó, através dos seus belos cabelos, sente (porque sentir é melhor do que perceber) toda a herança africana que à cerca. Essa
mocinha tão pequenina, desde a mais tenra idade, sente sua história,
ancestrais, suas danças, seus jogos, sua religião, seu saber. Sente
também todo o racismo e preconceito que parte da sociedade direciona à ela. Mas
Tayó não se abate, pois sabe quão bela é, sabe também que o que carrega na
cabeça não são só cabelos: é a sua coroa, onde ela carrega todo o
mundo.
Através
de muita simplicidade e de uma forma muito singela, com ilustrações de Taisa
Borges, Kiusam de Oliveira nos apresenta uma menininha linda e com uma auto-estima
forte e construída com a ajuda da mãe e da avó, mulheres de sabedoria ancestral
e que são espelho para essa garotinha.
Que Tayó também possa ser espelho para que as nossas crianças. Que elas possam se reconhecer enquanto princesas e príncipes, que vejam nessa menina linda a beleza e a alegria de poder viver a infância com a familiaridade africana.
Que Tayó também possa ser espelho para que as nossas crianças. Que elas possam se reconhecer enquanto princesas e príncipes, que vejam nessa menina linda a beleza e a alegria de poder viver a infância com a familiaridade africana.
Sobre Kiusam
de Oliveira:
Artista multimídia. Escritora. Autora dos livros Omo-Oba: Histórias de
Princesas (Mazza, 2009), O mundo no black power de Tayó (Peirópolis, 2013), O
mar que banha a ilha de Goré (Peirópolis, no prelo), Omo-Oba: Histórias de
Príncipes (Global, no prelo). Contadora de histórias. Bailarina, coreógrafa,
professora de danças afro-brasileiras. Pedagoga com habilitações em Orientação
Educacional, Administração Escolar e Deficiência Intelectual. Doutora em
Educação e Mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Especialista na
temática das relações étnico-raciais, participando de conferências, congressos,
simpósios etc. Experiência em assessoria na implementação da lei 10.639/03 nos
municípios de Diadema (desde 2005) e São Paulo, na DOT-P-Guaianases (2013).
Ministrante de cursos e oficinas sobre corporeidade afro-brasileira. Ativista
do movimento negro. Orientadora Espiritual (Iyalorixá) através do jogo de
búzios e numerologia africana.