CLÁUDIA SILVA FERREIRA - CACAU

por Grupo de Trabalho Histórico-político

       Mulher negra, chefe de família, mãe de 4 filhos e acolhia outros 4 sobrinhos, levava seu cotidiano lutando pelo bem estar dos seus. Em 16 de março de 2014 tombou com dois tiros em consequência das intervenções das ações da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que, como e sabido, tem como alvo preferencial a população negra.
      Como se não bastasse tudo acima, ela inda foi levada como "coisa" na caçamba do camburão que se abriu durante o trajeto sendo o seu corpo arrastado pelas ruas da cidade. Esta cena foi vista nacionalmente em retrato ao descaso cotidiano com a população negra que majoritariamente é favelada. Esse relato retrata o racismo, onde o extermínio da população negra no Brasil, segue a todo vapor, em se tratando de moradores de favelas, onde predomina a lógica do “atire primeiro e pergunte depois”. Dessa forma a mulher negra trabalhadora, chefe de família, Claudia Silva Ferreira, teve sua vida ceifada pela policia militar do Rio de Janeiro. A política do Governo do Estado é impor a truculência a qualquer custo sobre o nosso povo. Predomina neste país o extermínio do povo preto, visto como suspeito em potencial. O aparato policial militar a cada dia torna-se mais implacável nas suas ações contra o nosso povo, e assim seguimos sendo alvo preferencial desta prática. 
       O ato bárbaro dos policiais militares que tirou a vida de Cláudia, e que a todos nós chocou profundamente, há muito tempo já se tornou rotina. Exemplos temos e muitos, aqui no Estado do Rio de Janeiro bem como em toda parte desse pais, a exemplo do pedreiro Amarildo, Douglas e tantos outras vitimas dessa política. Tudo isso deve nos servir de alerta. Sobre a nossa juventude preta não é diferente, vide as estatísticas oficias, que apontam uma realidade cruel que se abate sobre eles, onde a expectativa de vida, não ultrapassa a idade dos 24 anos. Não podemos e não devemos nos calar, diante de mais esse crime, cometido pelos chamados Agentes do Estado. É de total responsabilidade do governo Cabral, mais essa tragédia, que se abateu sobre mais uma família de trabalhadores moradores negros de favela do Rio de Janeiro. A nossa tarefa é lutar contra esse quadro de covardias dos governos Estadual, Federal e Municipal, que vem submetendo milhões de pretas, pretos e pobres nesse país afora, a uma onda de terror, que criminaliza e marginaliza a todos nós pela cor da pele.
       CONTRA O EXTERMÍNIO DO POVO PRETO, CONTRA A OCUPAÇÃO MILITAR DAS FAVELAS DO RJ. SÓ A NOSSA LUTA PODE GARANTIR A VIDA.
Escrita pelo Movimento Negro
Assinam:
Aqualtune
Arte Griot
Afrolaje
Marking - Movimento de Ação e Reflexão
Criola
Nefet
MNU-Juventude RJ
Espaço cultura Almirante João Cândido
Fórum Juventudes RJ
Fórum Estadual de Mulheres Negras
AMAR (Associação de Mulheres de Ação e Reação)
Coletivo Meninas Black Power
Preta&Gorda
Educafro
Coletivo Munervino de Oliveira
Movimento Negro da FND
Instituto Búzios
Movimento Nacional Quilombolas Raça e Classe
Mulheres Negras Construindo Visibilidade
Pastoral Regional Metodista de Combate ao Racismo
Comissão de Igualdade Racial OAB-RJ
Coletivo de Estudo Jurídicos Luiz Gama
Granes Quilombo
Conadedine
Grupo de Trabalho Psicologia e Relações do conselho Regional da Bahia.
       Aproveitamos para convidar a todos, especialmente Meninas Black Power, para participarem do ato "A Paixão de Cláudia". Será uma homenagem póstuma à mulher negra assassinada pela PM do Rio de Janeiro. O ato acontecerá dia 18 de abril, com concentração em frente à Igreja da Nossa Senhora da Consolação, às 15h. Está sendo articulado pela empresa Cubo Preto Ensino de Arte e Cultura Ltda., juntamente com ONGs, associações, empresas, órgãos da imprensa formal e informal e por profissionais de várias áreas das artes e interessados na vida em sociedade de modo geral. Participem! Maiores informações: https://www.facebook.com/PaixaodeClaudia.



This entry was posted on 16/04/2014 and is filed under ,,,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

Leave a Reply

Obrigada por comentar!