ENEDINA ALVES MARQUES - A JOVEM QUE ABRIU CAMINHO PARA AS MULHERES NA ENGENHARIA

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Enedina Alves Marques nasceu em 13 de janeiro de 1913, em Curitiba. No ano de 1945 se tornou a primeira mulher negra do Brasil formada em curso superior de Engenharia Civil, foi a primeira mulher a se formar no curso no Paraná. Segundo seu biógrafo, Jorge Luiz Santana, ela não aceitava o papel de coadjuvante. Conseguiu se manter na Universidade do Paraná, que naquela época custava o equivalente a três salários mínimos, com a ajuda da família Caron que a acolheu, e com seu salário de professora. Durante o período de seu curso enfrentou situações, no mínimo desafiadoras, como ter sido reprovada diversas vezes sem que houvesse justificativa ou o distanciamento que seus colegas de turma impunham para não se misturarem com a classe trabalhadora. Entre seus feitos memoráveis estão a Construção da Casa do Estudante Universitário do Paraná em 1948, o Colégio Estadual do Paraná em 1950 e da Usina Hidrelétrica Capivari-Cachoeira na década de 60. Mesmo com tantos feitos, sua história permaneceu escondida por muitos anos e apenas foi resgatada nas últimas décadas quando foi inaugurado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, 2006. Mas foi apenas em 2014 que foi lançada uma pesquisa acadêmica que a tinha como ponto focal. Em 2018 a UFPR reconheceu o papel de Enedina Alves Marques, através de uma placa em sua homenagem colocada no Campus Politécnico.

Fontes:

http://www.humanas.ufpr.br/portal/historia/files/2013/09/jorge_luiz_santana.pdf

https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/inaugurada-placa-em-homenagem-a-enedina-alves-marques-primeira-engenheira-negra-do-pais-e-formada-na-ufpr/

ANGIE THOMAS - A AUTORA DO DESCONFORTO

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Angie Thomas é uma autora norte-americana considerada por muitos como a autora do desconforto por trazer para a mesa discussões como racismo, violência policial e vizinhanças perigosas. Teve seu primeiro livro “O ódio que você semeia” lançado em 2017 e logo na primeira semana foi classificado como Bestseller pelo New York Times.



A história é baseada em Thug Life, talvez já tenha visto essa frase de Tupac por aí traduzida como ‘vida de bandido’, na verdade Thug Life é um acrônimo para “The hate U Give Lil’ Infants Fucks Everyone”, ("O ódio que você semeia nas crianças fode todo mundo"). Tupac tinha essas palavras tatuadas em seu abdômen e o utilizava como um Código de Ética entre gangues com 26 mandamentos.





Na história, Starr passa por uma situação de violência policial e seu melhor amigo é assassinado. Essa história foi inspirada pelo assassinato de Oscar Grant em 2009, um dos primeiros casos de violência policial filmado e espalhado pelas redes sociais. Durante a história podemos observar o impacto deste evento na protagonista e na comunidade. A forma como Angie conecta o código Thug Life com a história é primorosa e todas as reflexões a respeito do círculo vicioso de violência e racismo são avassaladoras.





Quando jovem, Angie tentou ser rapper e tem um diploma não oficial em Hip Hop, essa foi a receita para a criação de 'A Hora da Virada' onde vemos Starr, que mora na mesma vizinhança de Bri e tenta se tornar uma rapper de sucesso. A história é permeada por música e muito rap, escrito pela própria Angie Thomas, que diz que não é mais rapper, mas se for necessário, ela consegue escrever algumas letras.





“Uma rosa no concreto” é a metáfora que encontramos no terceiro livro do mesmo universo. A autora nos mostra mais uma vez como as relações pessoais e raciais acontecem naquela vizinhança, mas desta vez com foco na masculinidade preta. Como um homem negro pode prosperar em um ambiente que não quer que ele prospere. Maverick, pai de Starr, é o protagonista da história que se passa muitos anos antes, funcionando como um prequel. Aqui, descobriremos como Mav se descobriu pai e entenderemos muito sobre as atitudes que ele teve com Starr no futuro. Como não poderia deixar de ser, Angie mais uma vez recorreu ao Hip Hop, desta vez para trazer a metáfora apresentada por Tupac em uma coletânea de poemas que só foi revelada e lançada como álbum após sua morte, “The Rose That Grew from Concrete”.















A COR PÚRPURA, O MUSICAL | POR MARIANA SOUZA

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Uma novidade que está arrancando suspiros de fãs de teatro musical no Brasil é a montagem nacional da emocionante produção “A cor púrpura”, da Broadway. O perfil no instagram “@acorpurpurabr” tem intensificado a ansiedade do público com postagens sobre elenco, ensaios, figurinos e cenários que estão a todo o vapor através da “Estamos aqui: produções artísticas”, por Eduardo Bark e Tadeu Aguiar.
A história original foi escrita pela autora, poetisa e feminista negra Alice Walker que teve este livro literário publicado no Brasil em 1986, pela editora Marco Zero. O enredo narra as vivências de Celie, uma mulher negra que buscava sobreviver, apesar do contexto de profunda intolerância e abuso que a circundava. Mas, a história também evoca todo o crescimento e florescimento da protagonista no enfrentamento das mazelas através da resistência e do afeto. 

Alice Walker

Agora, retornando para a produção teatral, a estreia está marcada para dia 05 de Setembro, na Cidade das artes (Rio de Janeiro). Confesso que fiquei muito feliz com a montagem dessa obra aqui no Brasil, pois o elenco está fantástico e apresentando tantos novos talentos ao mundo do teatro musical. De certo, esse grupo de negros e negras cantando uma história tão bonita, será um ato importante e impactante para a cultura e para a arte que passam por um período tão dramático atualmente.
A produção terá uma hora e cinquenta minutos de duração e contará com 18 números musicais.  Em um ensaio aberto, Letícia Soares cantou a música “I'm Here”, solo muito emocionante da protagonista Celie, uma das canções mais clássicas do musical. A versão em português ficou muito bem elaborada e a interpretação de Soares belíssima. Confira abaixo em trecho da letra da música cujo nome é “Estou aqui”, na peça brasileira:

“E esse amor guardado em mim
Sou bem capaz de uma nuvem tocar
Eu vou seguir muito agradecida 
Pelo bom e o ruim dessa vida
E o principal
Sou grata por amar quem eu sou
É que eu sou bonita sim
E estou aqui”

Bom, agora é só esperar a estreia, acompanhar as atrizes no instagram e torcer para conseguirmos ir assistir essa produção tão especial rs!

Abraços,

Mariana.

O elenco



Letícia Soares como “Celie” (@letsoartes)
Ester Freitas como “Nettie” (@freitas_ester_)
Flávia Santana como “Shug” (@flavia_santana)
Lilian Valeska como “Sofia” (@lilianvaleska)







TONI MORRISON - A DONA DAS PALAVRAS

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Já começo o texto com uma confissão: Há três meses eu nem sabia como era o rosto dela, muito menos conhecia o balé incrível de suas palavras. Fiz uma inscrição em um curso de literatura e o tema era mulheres negras no Brasil e nos Estados Unidos. Quando peguei o conteúdo a ser estudado e vi o nome dela corri para pesquisar um pouco e, para ser sincera, chorei logo no resumo do primeiro livro O olho mais azul (1970) conta a história de Pecola Breedlove. 
Menina negra, pobre que é alvo na escola por ser a criança de pele mais escura. Por algumas situações que você só vai descobrir lendo o livro ela vai morar na casa de outra família, neste cenário e com os anos 40 como pano de fundo ela reza todas as noites para ter olhos azuis, assim como o modelo de beleza infantil de Shirley Temple.
Morrison foi a primeira mulher negra a ganhar um Prêmio Nobel de Literatura (até o momento, a única). Escreveu 11 romances com personagens femininas negras. Ainda conta com outras dez publicações como contos, literatura infantil, não-ficção, etc. Não é uma leitura fácil, principalmente se você for uma menina negra. Ela fala sobre nossas dores com a propriedade de quem viveu, viu, sentiu tudo o que o racismo pode proporcionar. Ela não classificava sua literatura como feminista pós-moderna (classificação dos especialistas), ela dizia que sua literatura era igualitária.
O livro Amada de 1987 é o primeiro de uma trilogia Jazz (1992) e Paraíso (1998) ganhou uma adaptação para o cinema Bem Amada 1998. Também rendeu a Toni o Prêmio Pulitzer em 1988.
E ela nos deixou... deixou essas palavras tão sonoras que ficam ecoando no mais íntimo. 
Oprah disse: "No começo existia o Verbo. Toni Morrison pegou o verbo e o transformou em Canção... de Solomon, de Sula, Amada, Mercy, Paraíso entre outros.Ela era nossa consciência. Nossa vidente. Nossa portadora da verdade.ela era uma mágica com a linguagem que entendia o Poder das palavras. Ela as usava para nos incomodar, nos acordar, nos educar e nos ajudar a pegar nossas feridas mais profundas e tentar entendê-las.Fico emocionada cada vez que eu leio e compartilho seu trabalho."


Se você quer voar, tem que largar aquilo que te puxa para baixo.
Toni Morrison

LINIKER E OS CARAMELOWS NO TINY DESK CONCERT DA NPR

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O primeiro contato que tive com a Liniker foi em um show no Imperator, no Méier. Fiquei e fico impactada toda vez que eu lembro daquele show, é impressionante a força dessa lembrança. Eu gostava? Gostava, mas não sabia o que me aguardava. Nunca mais fui a mesma e a garganta dói sempre que eu canto Zero porque eu canto gritando como se estivesse no show revivendo aquele dia.

Fonte: Cultura - Estadão
Depois disso eu só tive a hora de poder ver a Liniker no Palco do RockIn Rio. Fico toda me tremendo. Igualmente poderosa, preciso dizer! A essa altura da vida muita gente já deve ter visto a apresentação no Tiny Desk, mas o feed do facebook acabou de me mostrar então eu apresento como se fosse em primeira mão rs.
O vídeo foi gravado no famoso Tiny Desk, criado em 2008 para dar espaço para artistas que não estão no mainstream. Seu Jorge também já marcou presença por lá  <3. O toque especial desse local é que esse escritório é um local de trabalho e a plateia são os próprios funcionários da empresa. Como eu queria estar nessa plateia!!! Imaginem, até no meu casamento teve música de Liniker para os meus avós entrarem com as alianças!!!!

Você pode conferir a postagem oficial aqui  (deixe sua mensagem de amor para a Liniker).

A apresentação completa está aqui <3 

Um minuto de aplausos para Liniker e os Caramelows!!!!


Por Tainá Almeida

O PODER DA INFORMAÇÃO | TAINÁ ALMEIDA

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Hoje é terça-feira, 20 de outubro de 2018. Há alguns dias estou implementando uma nova rotina, então de acordo com o meu cronograma, separei entre 6 e 7 da manhã para usar as redes sociais, em especial o facebook, mas apenas como ferramenta de trabalho. Não considero mais o FB como uma forma recreativa de redes sociais. Rolei um pouco o feed, cheio de notícias de ontem, muitas publicações com comentários de amigos… e então começaram a aparecer um tanto de posts que denunciavam atitudes racistas nas redes e fora delas. Não que os racistas tivessem algum pudor ao destilar seus pensamentos criminosos, mas eu recebi tudo de uma vez só. Pessoas que se escondem atrás da internet e atrás de outras pessoas para cometer um crime.


Em 2015 nós nos unimos à Campanha ‪#‎RacismoVirtualConsequênciasReais‬ da ONG Criola neste post e compartilhamos algumas experiências que tivemos.  Mas tanto naqueles dias como hoje, precisamos estar preparadas para o enfrentamento e isso só é possível com informação. Se o crime acontecer na internet você pode tomar algumas medidas como copiar o link da publicação, printar a tela com o perfil, comentários, etc.
Além disso as denúncias também podem ser feitas em delegacias comuns, caso você vá, sempre vá com alguém te acompanhando, em especial alguém que consiga manter a calma e te dê apoio.




Na hora da denúncia você precisa saber o que é configurado como injúria racial e o que é considerado racismo. Nós também temos um post explicando a fundo o que é cada um deles
A coisa que precisamos ter em mente é: o ataque foi coletivo? À todos os negros, então é racismo. 
O ataque foi só a você? Atacou a sua subjetividade? Então é injúria Racial.
Saber essa diferença pode ser muito importante, se denunciarmos uma injúria racial como racismo e não encontrarem indícios de racismo (lembra, uma injúria à coletividade), o criminoso sai impune.


Fonte: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/11/racismo-e-crime-saiba-o-que-e-e-como-denunciar



DICAS DE TRATAMENTO PARA NOSSOS FIOS | TAINÁ ALMEIDA

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Fazer um tratamento capilar profundo nos cabelos pelo menos uma vez a cada duas semanas ajuda a recuperar e fortalecer os fios.
Neste post do blog falamos mais sobre cronograma capilar e qual o benefício de cada etapa. http://meninasblackpower.blogspot.com/2013/03/coisa-nossa-cronograma-capilar.html




Os tratamentos mais comuns são com proteína que ajuda a reparar o dano dos fios. A proteína enche os espaços vazios entre as cutículas dos fios.
Uma vez por mês é o período suficiente para diminuir o dano.





* Coco, óleo de abacate e óleo de oliva são conhecidos por penetrar nos fios e nas cutículas quando possível coloque em seu tratamento. Sempre utilize óleos vegetais.


* Colocar uma toalha quente ou touca térmica por 20 minutos ajuda a aumentar a potência de seu tratamento.

*Lavar os fios com água fria para selar as cutículas.
http://cacheia.com/wp-content/uploads/2014/02/lavagem-cabelo-cacheado-crespo.jpg


*Não esqueça das pontas do seu cabelos, elas são a parte mais antiga do cabelo.

* Cuidado ao secar para não esfregar a toalha de banho nos fios.

https://i.pinimg.com/originals/ac/c0/09/acc009040e467fade11aff75351abcba.jpg

*A hidratação é importante, mas precisamos manter em mente que tudo que é demais prejudica. Respeite o tempo de intervalo entre os tratamentos.